sábado, 26 de julho de 2008

Sem ele eu não consigo

Mais uma vez, me sinto impotente. Mas essa impotência é algo que, apesar de me fazer sofrer, eu não quero perder nunca. E tenho quase certeza que não vou perder. O que sinto não é algo para se dissolver tão facilmente.

Nesse momento, eu só consigo pensar nas burradas que cometi tentando esquecê-lo. Entreguei-me nos braços de tanto outros que não faço idéia de quantos foram. Satisfiz meus prazeres carnais, mas tudo isso não adiantou. Eu o imagino em toda boca que beijo e em todo corpo que toco. Não é a mesma coisa, eu sei. Mas é o que me faz estar viva agora.

Às vezes me sinto culpada por usar as pessoas somente pro meu prazer e depois descartá-las, com se fossem lixo. Dessa forma eu até me vingaria por todas as vezes que fizeram isso comigo. Por todas as vezes em que alcancei o paraíso e o inferno em um curtíssimo espaço de tempo. Por todas as vezes que me usaram dos meus sentimentos mais puros para satisfazer seus desejos momentâneos. Mas não. Eu não sou assim! Eu me sinto a pior das criaturas quando vejo que estou usando alguém para tentar aliviar minha dor e meus desejos carnais. E me sentindo pior ainda por saber que não consigo controlar esse instinto inútil e asqueroso de tentar encontrar aquele que amo nos outros.

Preciso acabar com isso antes que eu machuque mais alguém.

Mas para isso preciso revelar o que sinto.

Quando encontrei meu amado soube, no mesmo momento em que olhei no fundo de seus olhos, que ele era o que sempre procurei. E o tempo me fez perceber que eu estava certa. E com o próprio tempo veio a certeza de que ele nunca sentirá nem um décimo do que eu sinto por ele. Eu sei que ele me ama, mas não do jeito que eu gostaria.

Pode ser loucura, eu sei, mas eu vou continuar aqui. Fugir seria pior ainda. Deixaria parte vital do meu ser para trás e mergulharia num mar de lamúrias novamente. Estar ao seu lado é o que importa, mesmo não podendo segurá-lo em braços e lhe dizer que ele me devolveu a vida, mesmo que ela agora seja totalmente dependente dele.

Se há esperança de que um dia ele venha pra mim, eu não sei. Só sei que sua presença é essencial pra que eu continue vivendo. Quando ele parte, leva todo o sentido da vida junto com ele, me deixando novamente sem rumo. E é segurando na mão dele que eu quero encontrar a felicidade, custe o tempo que custar.

♫ Já vai longe o tempo
Mas te espero
Um dia pode ser
Talvez eu volte a ver
Todas as cores que fugiram junto com você

Eu só digo a quem me pede
Que eu tenha um bom coração
Que me dê uma razão






Obs: Esse texto é impessoal!




Ou não...

sábado, 19 de julho de 2008

Puta que pariu!

Estive pensando muito sobre isso essa semana, mas, apesar dos fatos que acontecem em minha vida, eu nem liguei muito. Mas depois do que aconteceu hoje, eu estou meio estarrecida.

A Dercy Gonçalves morreu. E agora, Jesus? Apocalipse?

Mas não é nem sobre a separação do joio do trigo que eu estou falando. O que acontece é esses dias eu parei e pensei: Céus, com essa vida que eu levo, será que eu chego ao menos aos trinta?

Eu sei que eu tenho um exemplo dentro da minha casa de uma pessoa que se destruía e o mundo queria destruí-la, mas ela tá ai, vivinha. Mas e eu? E se eu não tiver essa sorte? E se eu tiver que mudar JÁ se eu não quiser morrer sem ver o fruto do bem que eu faço hoje me dia? Não estou a fim de acumular mais carma ainda.

Percebi, enquanto caminhava sozinha (I walk alone. Every step I take, I walk alone... Lá vem a Tarja de novo) que desde o ano passado eu, no meio do ano, tomo um porre e só depois vejo que estou errada. Só ai eu tomo uma providência.

Ano passado eu estava revoltada com Deus e o mundo. Mais com Deus do que com o mundo. Estava ficando meio maluca, confundindo os sonhos com a realidade, entrando em depressão mesmo. Um belo dia, enchi a cara. Dois dias depois aconteceram coisas comigo que eu infelizmente não quero falar agora. Vi que não podia continuar daquele jeito, porque do jeito que eu andava iria para um hospício, na melhor das hipóteses, ou iria comer capim pela raiz mesmo. Foi ai que eu procurei ajuda, e finalmente me achei. Hoje, sou espírita e não tenho mais problemas com Deus. Menos um, né?

Poucos dias atrás, bebi mais do que devia de novo, só que com mais intensidade. É tão tal que nem lembro de como foi que eu cheguei em casa. Não entendo muito os motivos, mas meu íntimo desconfia bastante do que de várias coisas. Antes disso, eu havia começado a fazer Tae Kwon Do, mas não estava ligando muito. Depois do porre, eu decidi me dedicar mais ainda ao esporte.

E próximo ano? Coma alcoólico e trabalho voluntário?

Não dá pra continuar assim. Tenho que fazer alguma coisa.

Beber do jeito que eu bebi nessas duas vezes, só se eu tiver um buraco pra me enfiar depois, porque pra casa eu não volto. Seria expulsa na hora! Mas a questão não é nem o álcool (que eu jurei pra mim mesma que vou controlar as dosagens de agora em diante). É a vida que eu levo em si, sem me cuidar muito, me deixando abalar por qualquer coisa, seja fisicamente ou psicologicamente. Tem médico que diz que não era nem pra eu ter nascido, já que era pra ser tão cheia de frescura assim. Pra parte psicóloga, quem foi que disse que psicólogo resolve? Até tentei, mas não me adiantou de muita coisa. Os fantasmas do meu passado e o meu “auto-ódio” sempre vão estar aqui. Será que psiquiatra resolve? Tentarei em breve.

Lembrando da Dercy hoje é que me pergunto: Será que eu consigo chegar aos 101 anos, totalmente lúcida e mandando mundo ir à puta que pariu?

Até lá, continuarei mudando pra ver se eu consigo. O ser humano é mutável, né?

Falta saber se eu sou humana também.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O começo e o fim

É dia. Sei que há muito que se fazer, mas um misto de preguiça e desânimo toma conta de mim. Estou naqueles dias em que pode estourar a Terceira Guerra Mundial e eu não vou nem perceber.

Arrasto-me pelas ruas da cidade, alheio ao que se passa à minha volta. A multidão me cerca, mas eu continuo só. Sinto falta do dia em que me senti meu e podia assim me dedica a alguém.

Por caminhos, ruas e alamedas que desconheço, chego à minha casa. Minha casa... Seria bem mais de qualquer pessoa do que minha. Sinto-me um estranho nesse lugar, ou tento me sentir, para esquecer o que aconteceu.

Lembranças imundas espalham-se pelas paredes, quadros, sofás e camas. Tenho nojo delas e de mim mesmo. Aquele cheiro ameaçador impregna em minhas narinas e eu sinto como se não pudesse tirá-lo de mim. Corro. Corro o mais rápido que posso.

Deixo meu instinto me levar. Vou parar naquele lugar onde os homens covardes se refugiam. Acho incrível como meu corpo deseja isso quando deveria querer almoçar. Como há quem ofereça, mesmo que não seja de graça, sempre há quem receba. Olho, analiso a que mais me agrada e sussurro em seu ouvido o que quero.

Proposta aceita.

Entro naquele ambiente estranho, mas me sinto mais à vontade do que em minha suposta casa. Recebo mil e um afagos enquanto passo, mas não me importo de quem sejam. Sinto agonia e uma embriagez assintética que me deixa abaixo daquela realidade. Dou a mão àquela que escolhi para ser minha momentaneamente e me deixo levar.

Entro. Entro com tanta força que até ela que está acostumada reclama. Uso daquilo uma forma de externar minha angústia e raiva. Já com tudo à mostra, observo as marcas dos outros que já passaram. Compadeço-me e me torno mais passivo. Como uma loba, ela reverte a situação e me devora. Não consigo mais me mexer. Deixo-me levar novamente.

É noite. Já não conseguia ver bem antes, e agora não vejo mais sentido em nada. Só o que quero é me libertar, fugir, sumir. Quero sair dessa carcaça em que estou preso. Dou o que ela realmente quer de mim e vou embora. Sigo novamente por qualquer caminho em direção ao nada.

Chego ao topo. Todos prefeririam chegar mais alto, mas eu quero chegar ao fim e não sentir mais nada.

Caio.

E me sinto meu novamente.



















P.S.: Ah-ha! Eu não escrevo só sobre mim, viu? Hehe xD

terça-feira, 1 de julho de 2008

Tua flor me deu alguém pra amar...

Eu não entendo esse sentimento que sempre me machucou tanto, mas que todos dizem ser a melhor coisa que existe e aquilo que vai salva o mundo. Duvido muito da real existência dele quando vejo jogarem crianças de cima de prédios, por exemplo. Talvez ele exista, mas é tão difícil sentí-lo hoje em dia...

Mas ainda é possível!

Por incrível que pareça, eu me alegro até com um bom dia. Sério! Pra quem convive comigo, isso parece até piada, porque eu geralmente ando de cara amarrada (mal humorada? Não. Só não vejo motivo pra rir à todo momento). Dou uns sorrisinhos de vez em quando, mas não na freqüência na qual eu vejo que a maioria das pessoas dão. Morro de felicidade quando alguém diz me ama; seja minha mãe, algum amigo ou amiga minha, namorado (esse hoje em dia está mais difícil de ouvir) ou outra pessoa que gosto, pra mim é quase sempre bom. QUASE! E por que quase? Para responder, usarei um clichê-mor: Amor não é para ser dito, é para ser sentido. Dizê-lo de vez em quando é bom, mas toda hora abusa e já soa meio falso.

Mais um motivo para eu duvidar desse sentimento é aquela velha situação que eu acho que quem nunca viveu não teve uma vida feliz ou pelo menos bem vivida: o amor platônico. Todo mundo sabe que é horrível se apaixonar por alguém e não saber se ele gosta de você do jeito que você gosta dele, ou pior, saber que ele não gosta de você. Na primeira opção o sofrimento é mais prolongado para aqueles sem coragem (exemplo: a pessoa que vos fala) que passam dias, meses, anos guardando aquilo dentro de si, com medo da rejeição ou algo parecido. Na segunda eu até disse que é pior, mas há uma grande vantagem: é mais fácil de esquecer.

Quando dá certo é uma maravilha. Todo mundo fica feliz, juntinho, blá blá blá... Mas e quando não dá, que pelas minhas estatísticas é o que acontece na maioria das vezes? Eu, que sou uma das últimas românticas (ai ai ai...) e vivo com isso, vi poucos para darem certo, e menos ainda para durarem por um tempo razoável. Minha explicação pra isso é dizer que o sentimento da parte da outra pessoa era pouco e se acabou. O meu durava (e dura) bastante... Por isso é que me ferro!

O que podemos fazer para mudar isso? Esperar. Só o tempo dá jeito nesse tipo de coisa. E tentar fazer algo, claro! Ajudar quem precisa é um prova de amor sim! Transmitir isso para outros nunca desmereceu ninguém, muito pelo contrário.

Agora, quanto ao amor platônico... Eu já não posso dizer nada. Essa parte sempre foi um mistério pra mim. É insanidade pura de muitas pessoas me pedirem conselhos amorosos (o que acontece muito). Sou a pessoa mais insegura e indecisa que existe. Duvida? Já passei três anos apaixonada por alguém e nunca disse nada. Acabei esquecendo esse, mas já estou sofrendo desse mal de novo.

Isso é gosto em sofrer?

Quem dera...