quinta-feira, 4 de julho de 2013

Goiânia

12 de agosto de 2012. Noite. Chegava a hora do meu ônibus chegar, então eu sai do shopping e fui para a estação de ônibus. Sentei sozinha, da mesma forma que estive e continuei na viagem toda. Sem muito o que fazer, comecei a lembrar do que havia acontecido.
Ok, eu tomei uma péssima decisão. Fugi, sim. O que poucos não pararam pra pensar foi o que aconteceria comigo se eu tivesse continuado lá. Quem iria me amparar? Quem saberia como me ajudar ali, quando eu não sabia mais lidar com minha própria mente? E quando eles mesmos não sabem lidar com as deles? Era uma situação fora de controle, onde só eu tive coragem de tomar uma atitude drástica. E claro, eu fui a culpada.
E julgada. Condenada na hora, mas de caso arquivado nas outras mentes. Só a minha mente se pune todos os dias e lembra o que disseram sobre o acham que sabem sobre mim. Nunca quiseram olhar de perto e ver o que realmente acontece. Logo, só o esboço pervertido de mim os basta para o veredicto.
Mesmo longe do que machucava, aquilo me atingiu novamente. E eu desabei de novo. Comecei a chorar na estação, agarrada a minha bagagem, olhando com meus olhos embaçados pras pessoas que mal se importavam com o que aconteciam com elas mesmas, imagine comigo. Estar tão longe de casa e tão longe de qualquer coisa que eu conhecia me fez cair em um vazio tão grande como eu nunca tinha sentido antes. Uma solidão nova. Que eu nunca mais quero provar.
Uma senhora passa por mim e pede esmola. Ela não tinha visto que eu estava chorando e se assusta. Eu dei alguns trocados e ela disse “Que Deus lhe abençoe e que dê tudo certo na sua vida.”. Só balancei a cabeça. E assim eu espero que aconteça. Mesmo que naquele momento eu tivesse caído e esquecido do que vinha a seguir.
Demoro um pouco, mas chegou o ônibus. Embarquei logo, pois queria deixar Goiânia para trás. Queria deixar lá o peso de ter sido apontada sem que os outros pensassem pelo menos um pouco no que estavam fazendo. E nem que estavam atirando em quem já estava ferida.

Não importava mais. Eu estava partindo. A esperança começaria em 1 dia. Um sorriso acolhedor e um abraço sincero me esperavam.