terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Entre o mar, a teoria e a prática

Diante do mar, minha prova favorita de que Deus existe, eu comecei meu ano mais uma vez contrariando a maioria. Diante do mar, eu não prometi nada. Nem pedi nada. E nem pulei nada. Ri pra uma onda que molhou meu vestido e pensei: O que vier está bom. Depois me senti um tanto quanto passiva à vontade de Deus, mas lembrei que não é bem assim. Eu ainda não sei bem o que faço, mas estou trilhando pra saber; daí, então, vou tentar arquitetar algo. Senti-me até lúcida, o que é difícil, quando pensei isso, porque me lembrei daqueles que se esquecem da teoria.

É aquela velha história (ou não). Teoria sem prática é só alucinação ou falta de coragem. Prática sem teoria é aonde o ser humano chega mais perto de ser animalesco. E entre a preguiça, o devaneio e o impulso, eu prefiro a preguiça e/ou o devaneio, sempre. Por isso, quando aqueles saem daqui do meu lado, dizendo que vão tentar ser felizes, eu sei que na verdade vão gastar saliva, palavras bonitas e dinheiro em vão. Eu repito pra mim mesma: Fico com minha preguiça. E meu devaneio, claro. Nada mais poético do que me imaginar gastando aqueles três elementos com alguém que realmente mereça. Mas só imaginar. A prática vã disso se tornou penosa. Rala. Sem cheiro. Sem gosto. Sem vida.

Alguns dizem que é só meu medo de gastar os três elementos. Acham que eu não gastei? Até demais. Até gasto, às vezes, só pra não esquecer o que posso sentir me entregando a isso tudo, mas acabo lembrando que devia ter continuado teorizando. Teorizar sentimentos, sempre. Cessando só pra me mostrar como se não os tivesse. Até que venha a hora de usá-los o mais racionalmente possível.